PATAGONIA SUL: EL CALAFATE
VIAGEM REALIZADA ENTRE MARÇO E ABRIL DE 2015 / PUBLICADO EM 10 DE MAIO DE 2015 por GISELA S.
Quando resolvemos fazer Patagônia Sul, fizemos Chile e Argentina. Nesse contexto, não chegamos em Calafate e Ushuaia de avião (forma mais comum). Chegamos em Calafate de ônibus, a partir de Puerto Natales. Não é possível comprar a passagem de ônibus pela internet ou telefone. Você só vai conseguir comprar lá no local ou então se encaixar em algum ônibus fretado de uma empresa de turismo. Algumas agências podem comprar a passagem de ônibus para você (então se você for fechar algum pacote com uma agência, pergunte sobre essa opção).
Estávamos lá em Abril de 2015, mês fora de temporada, e a quantidade de ônibus era menor. Só havia opção de ônibus pela manhã (de quinta o ônibus sai as 7AM e chega às 12PM (depende do tempo que demora na fronteira, mas no final são ~4h de viagem). Considere gastar cerca de R$100 para o ônibus.
A viagem foi tranquila. Não pegamos trânsito e o tempo de parada na fronteira não foi exagerado (foi mais o tempo de passar todas as pessoas que estava no nosso ônibus). Como a fronteira fica em um ponto alto, havia nevado a noite na região e o trecho de estrada próximo a fronteira estava branquinho.
Estávamos lá em Abril de 2015, mês fora de temporada, e a quantidade de ônibus era menor. Só havia opção de ônibus pela manhã (de quinta o ônibus sai as 7AM e chega às 12PM (depende do tempo que demora na fronteira, mas no final são ~4h de viagem). Considere gastar cerca de R$100 para o ônibus.
A viagem foi tranquila. Não pegamos trânsito e o tempo de parada na fronteira não foi exagerado (foi mais o tempo de passar todas as pessoas que estava no nosso ônibus). Como a fronteira fica em um ponto alto, havia nevado a noite na região e o trecho de estrada próximo a fronteira estava branquinho.
Chegando em Calafate (ninguem fala o "El" antes de Calafate) pegamos um taxi para o hotel. Ficamos no Hotel Lar Aike. Ele fica de frente pro lago, na avenida principal a uns 2,5km do centro. Deixamos rapidamente as coisas lá e seguimos caminhando para o centro da cidade para almoçar e ir até o famoso museu da cidade.
Como estávamos com muita fome, paramos para comer no restaurante La Loika, na própria Avenida Libertador, antes mesmo de chegar no centro. Pedimos empanadas que estavam deliciosas.
Seguimos caminhando em direção ao centro. A cidade é muito pequena, mas muito bonitinha.
Paramos no centro de informações turísticas para perguntar como chegar ao museu Glaciarium. Lá nos indicaram pegar a van que vai para o museu, quase em frente ao centro de informações turísticas. Não foi preciso pagar pelo transporte até o museu (que fica bem afastado da centro da cidade).
Como estávamos com muita fome, paramos para comer no restaurante La Loika, na própria Avenida Libertador, antes mesmo de chegar no centro. Pedimos empanadas que estavam deliciosas.
Seguimos caminhando em direção ao centro. A cidade é muito pequena, mas muito bonitinha.
Paramos no centro de informações turísticas para perguntar como chegar ao museu Glaciarium. Lá nos indicaram pegar a van que vai para o museu, quase em frente ao centro de informações turísticas. Não foi preciso pagar pelo transporte até o museu (que fica bem afastado da centro da cidade).
Museu Glaciarium e Glaciobar
Chegando no museu, você pode fazer 2 visitas:
1) visitar a área de exposição do museu e ver um pouco da história da região e 2) visitar o Glaciobar. Como estavamos cansadas, resolvemos fazer apenas a visita ao Glaciobar, mas se você estiver tranquilo acho que vale também conhecer a exposição sobre a região,com certeza para ajudar você a entender melhor os glaciares e os passeios turísticos que você vai fazer pela região. O Glaciobar é um conteiner refrigerado (frigorificado) onde você toma drinks (já inclusos) em copos de gelo. Não é nada demais, mas é divertido. Para que você não passe frio você tem que vestir uma capa e luvas que te entregam na entrada do bar. O tempo de permanência é fixo (acho que são 20min). Você pode escolher seu drink, inclusive aproveitar para provar a famosa bebida argentina Fernet Blanca (é muito amargo, então peça um drink de Fernet misturado com algo doce). |
Voltamos para o centro de Calafate na van do museu e fomos para o hotel descansar um pouco e então sair para jantar. Procuramos o famoso Librobar. Eu, particularmente, adorei esse lugar. É um ambiente muito arrojado e descontraído, bom para comer petiscos, ler ou folhear um livro e paquerar (a cidade e os turisticas se reunem nesse local). Em dias quentes, o Librobar é um ambiente gostoso para comer ao ar livre, principalmente, no almoço.
Apesar de badalado, o Librobar fecha cedo e se você procura maior agitação nessa cidade pequenina terá que seguir para o restaurante Tolderia que vende boas pizzas mas que por volta da 1AM ou 2AM abre um espaço para karaoke e dança.
Bom, fora a cidade em si (não foi ela o real objetivo de ir para ela) há vários passeios para se fazer a partir de Calafate. Antes de ir pesquisei muito, tanto porque os passeios são caros quanto porque nem todos estão disponíveis o ano todo.
A região tem 2 temporadas muito diferentes: verão e inverno. A maior parte dos passeios em Calafate e Puerto Natales (Chile) ocorrem no verão quando tudo está acessível. Como já era outono, alguns passeios de verão já não ocorriam mais.
Depois de muito ler e pesquisar decidimos que os passeios mais interessantes seriam: Estância Cristina e trekking no famoso Glaciar Perito Moreno.
Apesar de badalado, o Librobar fecha cedo e se você procura maior agitação nessa cidade pequenina terá que seguir para o restaurante Tolderia que vende boas pizzas mas que por volta da 1AM ou 2AM abre um espaço para karaoke e dança.
Bom, fora a cidade em si (não foi ela o real objetivo de ir para ela) há vários passeios para se fazer a partir de Calafate. Antes de ir pesquisei muito, tanto porque os passeios são caros quanto porque nem todos estão disponíveis o ano todo.
A região tem 2 temporadas muito diferentes: verão e inverno. A maior parte dos passeios em Calafate e Puerto Natales (Chile) ocorrem no verão quando tudo está acessível. Como já era outono, alguns passeios de verão já não ocorriam mais.
Depois de muito ler e pesquisar decidimos que os passeios mais interessantes seriam: Estância Cristina e trekking no famoso Glaciar Perito Moreno.
ESTÂNCIA CRISTINA
Entrei em contato com várias empresas e para Estância Cristina fechamos com a Chalten Travel e para o trekking fechamos o Big Ice com a Hielo y Aventura.
O primeiro passeio que fizemos foi para a Estância Cristina. Foi a paisagem mais bonita que já vi na minha vida!!!! Realmente, não teve igual até o momento!! Como estávamos no Outono, as árvores estavam entre amarelo e vermelho, verde.... céu lindo, água linda.... sem palavras. Impossível não indicar esse passeio.
As estâncias são grandes fazendas onde se criam comumente ovelhas. Elas são parte da história da região patagônica, dado que para popular a região e evitar que ela fosse tomada por outros países o governo ofereceu grandes terrenos para quem quisesse faze-los produtivos.
Esses terrenos foram oferecidos inclusive para estrangeiros, principalmente, europeus. Ainda hoje há grandes donos de terras na região patagônica e o governo oferece terrenos a quem queira populá-los (no início do ano de 2015, estava aberto o processo para seleção de novos donos de terras para uma cidade em Isla Grande de Tierra del Fuego). Essa situação ocorre tanto na Argentina quanto Chile.
A história da Estância Cristina começa com Joseph Percival Master e sua esposa Jessie Elizabeth Waring, um casal de ingleses que morava em Rio Gallegos, próximo ao Atlântico e que ouvindo falar da possibilidade de adquirir posses a oeste iniciaram uma viagem. Chegando ao lago Argentino, compraram o bote de um naufrágio e depois uma lancha para procurar por terras nas proximidades do lago. Encontram-se no braço norte do lago argentino (hoje chamado de braço Cristina) o que procuravam.
Em um espaço de 22mil hectares, bordeado de glaciares, picos nevados e lagunas de grande beleza natural, eles fundaram sua estância chegando a ter 12mil ovelhas, 30 cabeças de gado e 50 cavalos. Uma das filhas do casal, Cristina, passou a vida na região. Com o fim da família de Cristina, a estância passa para seus últimos sucessos e é então encorporada ao Parque Nacional com intuito de preservar a história da família e transformar o lindo espaço em região turística.
O primeiro passeio que fizemos foi para a Estância Cristina. Foi a paisagem mais bonita que já vi na minha vida!!!! Realmente, não teve igual até o momento!! Como estávamos no Outono, as árvores estavam entre amarelo e vermelho, verde.... céu lindo, água linda.... sem palavras. Impossível não indicar esse passeio.
As estâncias são grandes fazendas onde se criam comumente ovelhas. Elas são parte da história da região patagônica, dado que para popular a região e evitar que ela fosse tomada por outros países o governo ofereceu grandes terrenos para quem quisesse faze-los produtivos.
Esses terrenos foram oferecidos inclusive para estrangeiros, principalmente, europeus. Ainda hoje há grandes donos de terras na região patagônica e o governo oferece terrenos a quem queira populá-los (no início do ano de 2015, estava aberto o processo para seleção de novos donos de terras para uma cidade em Isla Grande de Tierra del Fuego). Essa situação ocorre tanto na Argentina quanto Chile.
A história da Estância Cristina começa com Joseph Percival Master e sua esposa Jessie Elizabeth Waring, um casal de ingleses que morava em Rio Gallegos, próximo ao Atlântico e que ouvindo falar da possibilidade de adquirir posses a oeste iniciaram uma viagem. Chegando ao lago Argentino, compraram o bote de um naufrágio e depois uma lancha para procurar por terras nas proximidades do lago. Encontram-se no braço norte do lago argentino (hoje chamado de braço Cristina) o que procuravam.
Em um espaço de 22mil hectares, bordeado de glaciares, picos nevados e lagunas de grande beleza natural, eles fundaram sua estância chegando a ter 12mil ovelhas, 30 cabeças de gado e 50 cavalos. Uma das filhas do casal, Cristina, passou a vida na região. Com o fim da família de Cristina, a estância passa para seus últimos sucessos e é então encorporada ao Parque Nacional com intuito de preservar a história da família e transformar o lindo espaço em região turística.
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Atualmente, há um restaurante, um hotel e uma capela no espaço da estância. O lugar é realmente lindo e acho que valeria uns 3 dias para explorar o básico (há 3 passeios diferentes, além de você poder fazer trekking longos sobre as montanhas e glaciares). Então se você tiver tempo, fique no hotel por lá e faça pelo menos 3 dias de passeio. Para ler mais, clique aqui. Não é um hotel barato e nem os passeios são baratos, mas se você puder, tenho certeza que valerá a pena.
Como chegamos lá depois de um dia de muita chuva, não pudemos fazer o passeio 4x4 (conhecido como Discovery). Fizemos o passeio que envia um trekking pela região, que foi ótimo!. O dia amanhecia tarde (cerca de 9AM) e a água de tom azul acizentado do Lago Argentino ficou mais linda com o nascer do sol. Já na ida tinhamos certeza que o passeio seria lindo. |
Se eu já não estivesse boquiaberta com todas as montanhas e arco-íris, nascer do sol... Passamos também em frente ao Glaciar Upsala e vimos diversos icebergs como os das fotos abaixo.
Aproveitando essa imagem do Glaciar Upsala chegando ao lago, vale o comentário sobre a formação de fiordes. Os fiordes são paisagens formadas com o derretimento dos glaciares. Imagine que durante milhares de anos os glaciares são camadas muito grandes de gelo entre montanhas, que, quando eles derretem, formam um canal com grande "paredão". Normalmente, esses canais se formam próximos ao mar. Não sei se quando ocorre em lagos também são chamados de fiordes, mas quis aproveitar a imagem para falar do assunto.
Nessa viagem pela Patagonia vimos fiordes no Chile, num passeio a partir de Puerto Natales. Os fiordes mais conhecidos são os da Europa (Noruega, Suécia), mas saiba que é possível ver esse tipo de formação também na América do Sul.
Nessa viagem pela Patagonia vimos fiordes no Chile, num passeio a partir de Puerto Natales. Os fiordes mais conhecidos são os da Europa (Noruega, Suécia), mas saiba que é possível ver esse tipo de formação também na América do Sul.
Logo que chegamos paramos no restaurante para deixar malas ou itens que não fossemos precisaram durante o trekking e receber as primeiras instruções. Como eu disse, devido a chuva do dia anterior não pudemos fazer o passeio chamado Discovery, fizemos o conhecido como Classic (que era um pouco mais barato, como já tinhamos pago o outro, depois eles devolveram a diferença).
Seguimos então para um trekking até uma cachoeira de onde tinhamos uma linda vista. Foi um trekking fácil, de meio dia. Fizemos ele e voltamos para almoçar antes de continuar.
As fotos abaixo mostram um pouco do caminho que percorremos.
As fotos abaixo mostram um pouco do caminho que percorremos.
Depois do lindo trekking almoçamos e seguimos para um passeio pelas instalações da estância para ouvir um pouco da história local. Vejam que lugar lindo!!
A equipe toda que nos recebeu nesse passeio foi muito simpática e fez nos apaixonarmos pelo local.
Voltando para Calafate, fomos tomar banho e saímos pra comer. Comemos num restaurante chamado Vaca Atada. A minha comida estava boa, mas minha amiga pediu peixe e estava com muitos espinhos. Acho que vale você tentar outro restaurante.
A equipe toda que nos recebeu nesse passeio foi muito simpática e fez nos apaixonarmos pelo local.
Voltando para Calafate, fomos tomar banho e saímos pra comer. Comemos num restaurante chamado Vaca Atada. A minha comida estava boa, mas minha amiga pediu peixe e estava com muitos espinhos. Acho que vale você tentar outro restaurante.
GLACIAR PERITO MORENO
No dia seguinte, a equipe do Hielo y Aventura foi nos buscar logo cedo no hotel para nos levar para o famoso Glaciar Perito Moreno. Tínhamos decidido fazer o trekking mais pesado, o de 7 horas, conhecido como Big Ice. Há 2 opções de trekking sobre o glaciar: o Mini trekking e o Big Ice. A diferença é a facilidade de acesso ao glaciar e o tempo de duração do trekking.
Nós estavamos com muita sorte. O dia estava muito ensolarado. Chegamos no parque dos glaciares e fomos visualizar o glaciar a partir das área de observação (fotos abaixo).
Nós estavamos com muita sorte. O dia estava muito ensolarado. Chegamos no parque dos glaciares e fomos visualizar o glaciar a partir das área de observação (fotos abaixo).
Na sequência, pegamos um barco que nos levou até próximo ao glaciar a partir de onde se inicia a trilha. Para se ter uma ideia da estrutra dos barcos, veja as fotos a seguir.
Chegando próximo ao glaciar, os grupos se separam: para um lado os que vão fazer o mini trekking e para outro os que vão fazer o Big Ice. Para quem vai fazer o mini trekking sobre o glaciar, a entrada é logo perto do porto. Nem é preciso fazer uma caminhada antes de subir no gelo. Como nós iamos fazer o Big Ice seguimos em uma trilha pela lateral do Glaciar até chegarmos no ponto de subida no glaciar. A ida é subida e em ritmo acelerado, então prepare suas pernas. |
Chegando perto do ponto para subir no glaciar, colocamos os grampones (aquelas garras que são acopladas no sapato) e seguimos a caminhar sobre o glaciar!! Uma experiência única.
É possível caminhar sobre o glaciar tanto no Perito Moreno, quanto no Chile, no glaciar Grey (Torres del Paine). Se você puder fazer isso, faça!! Eu achei a subida do trekking a parte mais pesada, andar no glaciar com os grampones foi bem mais tranquilo, mas há quem diga o contrário. O caminho até a entrada no glaciar é lindo. Chegamos ao final do dia exaustas. No barco, voltando para o parque onde estava o ônibus que nos levaria para o hotel, tomamos uísque com gelo do glaciar para comemorar o retorno!! Nesse dia jantamos pizza na Tolderia. |