Ricardo é estudante universitário brasileiro e atualmente está morando na cidade de Auckland, Nova Zelândia, pelo programa "Ciências sem Fronteiras” que durará 1 ano. Ricardo tomou conhecimento do programa através de uma palestra da Universidade em que ele é matriculado em São Paulo e, naquele dia, a organização responsável apresentou o "Latino New Zealand”, ou seja, Ciências Sem Fronteiras na Nova Zelândia.
Como Auckland é uma cidade praticamente internacional, Ricardo nos contou que encontra muitos Asiáticos e Indianos, sendo assim, a demanda por restaurantes Chineses, Japoneses, Coreanos e Indianos, é farta. É muito raro encontrar Kiwis (como as pessoas nativas de lá são chamadas). Com tantas pessoas diferentes da cultura brasileira, Ricardo teve que se acostumar com a “distância” em cumprimentar, por exemplo. Ele aprendeu a não cumprimentar as pessoas com beijos e abraços, como qualquer Brasileiro faz.
Explorando a Nova Zelândia
A Nova Zelândia é um prato cheio para quem gosta de fazer road trips, porque há muita estrutura para isso e as estradas são de tirar o fôlego. A dica de Ricardo é baixar o aplicativo "Camper Mate" que te mostra várias coisas para fazer na road trip, além de indicar camping grounds gratuitos ou pagos ao redor do país. Como dito, o país possui boa estrutura para a road trip, então, todas as trilhas tem placas informando o nome, o tempo que demora para percorrer ou a distancia total. Há placas avisando sobre possíveis perigos que você pode encontrar no decorrer da trilha ou sobre alguma alternativa de rota devido a chuva ou algo do tipo. Durante o trajeto você pode fazer paradas para explorar cavernas com sua própria lanterna e sem guia! (mas leve em consideração que ao adentrar em uma caverna, a responsabilidade é inteira sua. Então, em casos de acidente, você foi o responsável por se arriscar). Para explorar a Nova Zelândia, Ricardo destaca três maneiras para viajar neste país: 1) alugar um carro e dormir em hostel/hotel 2) alugar um carro e acampar 3) alugar um carro / campervan / motorhome e dormir no próprio veículo. Campervan é uma van equipada com uma cozinha bem simples, e um “banheiro” (na verdade é praticamente um penico) e a motorhome é uma campervan maior e mais equipada.
1 - Tongarino Alpine Crossing (19,4km)
Vale lembrar que é uma trilha só de ida, então será necessário pegar um transfer para voltar, ou ir em dois grupos, cada um com um carro: o grupo se divide em dois, sendo que um começa pelo final e o outro pelo começo, e ao se encontrarem no meio, trocam as chaves. Mas você também pode pegar dois carros com o seu grupo de amigos, e escolher um dos dois lados da ilha pra estacionar um dos carros. Depois, entra todo mundo no outro carro que sobrou, vai até o lado oposto, estaciona o segundo carro e faz a trilha.
Ao acabar a trilha, entra todo mundo primeiro carro que estava estacionado do outro lado e volta para o começo da trilha para buscar o segundo carro. Ricardo e seu grupo de amigos fez exatamente isso, pois o transfer era muito caro. O trajeto de carro de uma ponta a outra demorou cerca de 30 minutos. 2 - Lake Tekapo + camping
O Lake Tekapo é um lago extremamente azul claro, com uma transparência sem igual! Está localizado no meio da Ilha Sul, na cidade Tekapo. São aproximadamente 3 horas de carro da cidade Christchurch.
Quando você chega perto do lago, fique sabendo que estando na estrada não é possível ver a sua total beleza, você tem que chegar perto dele. Algumas pessoas passeiam no lago de barco, e outros de jetsky. Conhecendo um pouco mais a cidade de Tekapo, há uma igreja de importância histórica chamada Church of the Good Shepherd, e vale a pena dar uma visitada nela. Para quem quer ficar um tempo maior no lago, há um camping governamental ($6nzd/pessoa) para servir como base para você acampar. Este camping é um pouco afastado da cidade, e de frente para um outro lago. Quando Ricardo esteve lá, avistou um por-do-sol espetacular, com o lago cheio de patos e montanhas alaranjadas ao fundo. 3 - Mountain Cook (Hooker Valley)
A Mount Cook é a maior montanha da Nova Zelandia, com neve em seu topo o ano todo. Ele fica localizado na Ilha Sul, e foi o destino de Ricardo e seus amigos após a visita à Tekapo. Durante o caminho até a Hooker Valley Track, o grupo ficou maravilhado com a paisagem do lago Pukaki com o Mount Cook ao fundo, entao resolveram desviar a rota programada, e pararam para admirar aquilo por alguns minutos. Ricardo nos conta que o momento foi incrível e que não parecia real, complementando que se há um lugar que ele quer lembrar sempre para sempre é exatamente este.
A trilha do Hooker Valley Track tem duração média de 4 horas contando o retorno. O nível de dificuldade é sossegado até para iniciantes, com terreno quase 100% plano. No caminho você encontra várias montanhas, passando por pontes sobre rios, sempre com o Mount Cook a sua frente. O percurso todo é muito bonito e ao chegar no final, você encontra um lago formado pelo gelo derretido das montanhas, e que é, lógico, incrivelmente gelado! 4 - Travessia de Ferry da cidade de Picton para Wellington
O que impressionou Ricardo foi que o navio era enorme, com diversos ambientes, cinema e restaurante. Em uma sala haviam sofás, televisores e a saída para a proa.
A travessia durou aproximadamente 03h30mins e passou entre várias montanhas ao sair da cidade de Picton. Mas o motivo mais do que especial da travessia é que Ricardo pôde avistar o que não viu no fiorde de Milford Sound que é brutalmente lindo! A dica aqui é que na travessia de Picton, você pegue o ferry das 18h45 para poder ver o por do sol. Ricardo fez a travessia em Fevereiro de 2016, ou seja, no verão.
O Milford Sound é um lugar super famoso na Nova Zelândia. O passeio de barco passa no meio de várias montanhas, e nessas montanhas há muitas cachoeiras para serem avistadas. Infelizmente no dia que Ricardo fez o passeio, estava chovendo, então não deu para aproveitar muito. Ele nos contou que conversou com a atendente de uma das empresas de barco e ela disse que chove praticamente 180 dias por ano... Então veja muito bem a previsão do tempo antes de fazer a travessia, pois a chuva pode estragar o passeio.
Desenvolvimento
A viagem que Ricardo está fazendo proporcionou a este jovem a desenvolver a “noção de mundo” conforme ele mesmo nos contou, complementando que antes, “tudo parecia distante, diferente, esquisito... Mas no final, a essência de todos é a mesma! Cada povo tem seus costumes, mas depois de você ter amigos Japoneses, Chineses, Argentinos, Sul Africanos, Italianos, Ingleses, Neozelandeses, etc, você repara que ninguém é tão diferente de você. Sabendo inglês, tudo é possível, então o que antes me parecia impossível, agora já não é mais.” Ricardo também desenvolveu muito a sua autoconfiança, aprendendo a se virar com burocracias na Universidade, banco, médico, viagens e acampamentos, e tudo isso na sua língua não nativa, fazendo-o sentir ainda mais capaz de realizar tudo. Ele agora entende que o mundo deixou de ser tão grande e já está planejando uma próxima viagem!
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